quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ícone morto

A minha proposta quando criei este blog, era falar o mínimo possível sobre mim. Assim, eu queria descrever exemplos de resiliências os quais eu tinha conhecimento.
Mas não dá pra ignorar que todos que estamos vivos somos, de alguma forma - uns mais outros menos -, resilientes. Incluo-me entre estes.
O que gostaria de registrar aqui é a morte do guitarrista e vocalista da banda paulista punk, Redson Pozzi.
Redson foi um dos pioneiros do movimento punk no Brasil e na América do Sul. Montou uma banda que foi a primeira a registrar seu som em disco de vinil. O forte da música punk são as letras. A energia que emana do som é muito envolvente. Mas as letras ajudaram-me a entender o que é realmente a sociedade e quem eu era nessa sociedade. Nessa época, em que ouvi os primeiros sons punks, eu tinha entre 17 e 18 anos. Morava em Goiânia/GO.
Desde o dia em que ouvi esses sons eu procurei algo escrito a respeito ou pessoas que tinham algo consistente a dizer sobre o punk.
Logo eu me vi cercado de literatura (livros, resvista, jornais...) e de pessoas que 'sacavam' de punk ou que eram propriamente um punk. Não demorou muito pra eu me tornar um punk.
O que mais me chamou a atenção para o movimento punk era a atitude! Diferente de outros movimentos jovens que existiram. E diferente também de muitos outros que vieram a existir depois do punk.
Um punk genuíno não se deixa enganar por conversa mole. Um punk contesta toda a forma de poder. É contra o Estado e suas instituições de controle social (política partidária, religião, polícia, família tradicional entre outros).
Eu tinha uma banda punk cujo estilo de música era o "hardcore" (casca grossa). O nome da minha primeira banda era FDR (Filhos da Realidade) e eu editava um fanzine de contestação e protestos de sigla homônima (Fanzine da Realidade).
Minha vida punk não durou mais que quatro anos. Porém o meu caráter ficou influenciado para sempre. Agradeço muito por eu ter conhecido e mergulhado no movimento punk. Vez ou outra eu vou a shows punks (gigs).
Com a morte do Redson, vi que se encerra um bom período no Brasil. Espero que o punk contiue firme e forte. É isso ae!

"PUNK'S NOT DEAD!"