segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Trabalhar para quê?

Desde os meu treze anos de idade eu tenho relações de emprego. Trabalho fazem quase trinta anos. Uma questão sobre isso que vem me causando inquietação é a pergunta que me vem à cabeça: para quê eu trabalhei tanto na minha vida? Quao o objetivo disso? Será que ter iniciado minha carreira me tornou uma pessoa melhor? Eu nunca entendi o objetivo de eu, ainda criança, ter que sair de casa todos os dias cedo - antes das sete horas da manhã - e levando minha marmita para a hora do almoço. Pegava ônibus lotadíssimo e, após 30 ou 40 minutos de peleja, chegava ao meu local de trabalho. Tinha uma hora de almoço e às 17h terminava meu expediente. Assim eu ia embora para casa, preparar-me para a segunda jornada do dia: a escola à noite. Dias de sol, dias de chuva. Dias quentes ou dias frios eram sempre essa minha rotina. Eu trabalhava por que tinha de trabalhar. Sem objetivo algum. Ganhava metade do salário mínimo de um trabalhador adulto, porque eu era menor de idade. Eu trabalhava por que meu pai mandou que eu fosse trabalhar e eu fui. Não tinha como argumentar. Achava que eu trabalhava por uma punição imposta a mim por ele. Por que eu tinha reprovado na 6ª série do primeiro grau (hoje denominado nível básico, salvo engano). Nessa época, eu trabalhava como contínuo no Banco Itaú (Ag. Quintino Bocaiuva no bairro Campinas, em Goiânia/GO). Trabalhei lá durante cinco meses. Não era efetivo, eu trabalhava lá por meio de um projeto social parecido com o "Menor Aprendiz", de hoje. O nome da instituição era CAMPI - Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro. Depois do Itaú eu tive outros empregos ainda por meio do CAMPI. Sobre a minha dúvida, apresentada acima, eu tive como lenitivo (e não como resposta) uma revelação dos céus de que eu trabalhei esse tempo todo, quando menor, para me manter ocupado. Para me manter afastado de algumas vicissitudes. Tudo bem que eu fazendo serviços de rua em uma cidade grande, estaria sob risco de me envolver com drogas, prostituição, roubo e violências de outros gêneros. Mas, honestamente falando, eu gostaria de ter tido tempo livre para estudar. Ter aprendido com qualidade as lições do 1º e 2º graus. Ter me preparado com qualidade para enfrentar o primeiro vestibular de minha vida. Que foi o da UFG, na qual eu pretendia estudar Jornalismo com habilitação para Rádio e TV. Vestibular esse que passei apenas na primeira fase. Mais tarde me mudei para Brasília e fui aprovado no vestibular da UnB. Hoje sou formado em Arquivologia, tenho pós-graduação e trabalho na minha área de formação. Poderia ter sido mais fácil essa minha trajetória. Mas teve de ser assim e hoje estou aqui. O que vai vir amanhã é o que virá. Edvan Moura 23/10/2013.

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